Wednesday, May 16, 2012

Cruz

Não aguento mais as doenças
Os choros, gemidos e lamentos
Não aguento mais não ter empatia
Ser um desgraçado e berrar
Violento
A luz acesa bem cedo
O engasgo, o rasgo a dor
E toda essa melancolia
Que se não sentir não é amor?
É assim que funciona
Com choro para alimentar?
O desprezo a isso eu clamo
Desesperado para aguentar
A fuga da dor escondida
A confusão de quem não quer ver
A tarde passa corrida
Nenhuma me fez entender...


Beijo na testa

Wednesday, May 09, 2012

Estéril



Já li sobre os sabores
Das comidas mais gostosas, as melhores e diferentes receitas
Eu já ouvi os sons,
De um riso, uma música bonita a noite, os fogos do ano novo
Já comentei sobre um cheiro,
O perfume da menina, as flores de um velório,
E peguei em uma mão,
Macia, quente,
Enxuguei a lágrima molhada
Me arrepiei com uma brisa vindo contra minha pele
Mas não senti a empolgação e a felicidade que me dizem que acontece quando um chocolate toca a língua,
Não sei por que, mas também não chorei com uma música de saudade, não quis abraçar ao ouvir os estouros de um rojão, não devolvi um riso com o meu...
Quanto aos cheiros,
Não me trazem saudade,
Aquele perfume, e as flores nada significam para mim
A lágrima não me comove, e a brisa não me impressiona, não me faz mais grato...
Sabe por que?
Minha alma é cega...